Contexto

Nascida em Outubro de 2000 a MARIONET, grupo de teatro de Coimbra, assenta toda a sua actividade nos seguintes princípios, que considera fundamentais: manter uma prática de permanente experimentação nos diferentes campos artísticos que participam do espectáculo de teatro e apostar sempre na qualidade artística das suas criações.

A actividade criativa da MARIONET desenrola-se, actualmente, sobre quatro vectores temáticos – Sobre o Real, Ciência no Teatro, Faz Que Conta e Comunicação.

Em Sobre o Real olhamos para a realidade de um ponto de vista menos óbvio, procuramos um ângulo de incidência fora do habitual que provoque a surpresa e o questionar, podendo encontrar-se alguns pontos de contacto com o “Teatro do Absurdo”.

Em Faz Que Conta exploramos histórias do imaginário infantil e devolvemo-las, criativamente trabalhadas, às crianças.

Em Comunicação fazemos uma reflexão em torno da comunicação utilizando para isso o teatro. Nos dias que correm é impossível estar alheado da rápida evolução da tecnologia e dos meios de comunicação a ela associados, pelo que, nesta temática de criação, eles estão fortemente representados.

Finalmente, em Ciência no Teatro, aproximamos estas duas áreas do conhecimento, quer trazendo temas científicos para o palco, quer através da interacção com pessoas e instituições da área científica.

É neste último campo que enquadramos o espectáculo Bengala dos Cegos – o descobrimento de Pedro Nunes.

Os nossos objectivos com o desenvolvimento desta área de criação são:
- usar o teatro como meio de divulgação de temas científicos;
- fazer uma fusão da linguagem e conceitos científicos com a linguagem e conceitos coloquiais (como duas formas diferentes de olhar e falar da mesma coisa – a realidade);
- Contribuir para o aumento da cultura científica do público.


Para atingir estes objectivos temos, numa fase inicial do nosso trabalho, a necessidade de criar o texto que servirá de base ao espectáculo. Para isso costumamos dar os seguintes passos:

Primeiro lemos sobre o assunto científico a tratar. Livros, artigos científicos e não científicos, epístolas, o que possa ser relevante. Pedimos orientação de pessoas da área científica em questão para que nos indiquem a bibliografia mais importante sobre o assunto e para que, numa fase mais adiantada do trabalho, nos dêem a sua opinião sobre o texto desenvolvido.


À medida que o texto dramático começa a ganhar estrutura, vamos discutindo em equipa os caminhos que já percorreu e aqueles que poderá vir a percorrer. E o texto vai-se adaptando a esta crítica colectiva.
Já em trabalho de palco, o texto enfrenta o novo desafio de ser verbalizado e representado. E de novo se vai adaptando, desta vez também à linguagem do palco.

Sobre o texto, a sua representação e a história ou histórias que ele encerra, as outras áreas criativas que compõem o Teatro vão construindo outros pedaços de arte sob formas de imagem, luz, som, figurinos, cenário.

E então, no equilíbrio de tudo junto, obtemos finalmente a complexa obra de arte que são os nossos espectáculos de teatro.